O Rosto da Miséricórdia Jesus Cristo o rosto da misericórdia do Pai.O mistério da face de cristo parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericródia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus Cristo. Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus (p. 3). Com estas palavras que o servo dos servos de Deus e bispo de Roma inicia a bula da proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia (que iniciou no dia 8 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição, e terminar na solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo, em 20 de novembro de 2016) convidando-nos a viver com intensidade esse tempo favorável para a Igreja, a fim de tornar forte e eficaz o testemunho dos crentes. Misericrdia (lat. Miseratio=compaixo, cordis= coração) entende-se como coração compadecido, significa ter capacidade de sentir aquilo que outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de algum. E interessante ver que a misericórdia não é atitude de fraqueza, mas de fora, pois nela expressa a onipotência divina, e por isso que Deus nos chama a sermos misericordiosos, para então curarmos feridas, levantar os que se encontram no chão, fazer enxergar os que se encontram cegos, proporcionando o Encontro com o Amor. Ao olharmos para os Evangelhos e presenciarmos os encontros descritos pelos Evangelistas percebemos que foi o olhar misericordioso de Jesus que ressuscitou o nico filho da viva de Naim (cf. Lc 7, 15), que libertou o endemoniado de Gerasa (cf. Mc 5, 2-13), que mostrou Samaritana que ela era amada (cf. Jo 4, 7-26) e que concedeu a Mateus o perdão dos pecados pela vida injusta que levava. Quantas pessoas hoje se encontram como aquela viva em lágrimas? Quantas pessoas hoje se encontram dominadas pelas vaidades, prazeres mundanos e revoltas? Quantas pessoas se encontram nas ruas, asilos, abrigos, orfanatos, ou até mesmo em lugares ricos e que no se sentem amados como aquela samaritana? Quantas pessoas se deixaram levar pela ambição, pelo poder e pela corrupção? Este Ano da Misericórdia nos leva a refletir novamente sobre as nossas atitudes, nos leva a sermos mais exigentes conosco e misericordiosos com os outros. Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia! (cf. Mt 5, 7) Com esse ensinamento, Cristo mostra a Pedro que se deve perdoar no somente sete vezes, mas sempre, pois a misericórdia o critério para individuar quem são os verdadeiros filhos de Deus (p. 14). E esplêndido ver nos Atos dos Apóstolos e em algumas epístolas que Pedro aprendeu este mandamento vivendo-o. Na encíclica Dives in Misericórdia São João Paulo II nos diz: A mentalidade contemporânea, talvez mais que a do homem do passado, parece opor-se ao Deus de misericórdia e, além disso, tende a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia. A palavra e o conceito de misericórdia parecem causar mal-estar ao homem, o qual, graças ao enorme desenvolvimento da ciência e da técnica nunca antes verificado na história, se tornou senhor da terra, a subjugou e a dominou (cf. Gn 1, 28). E em completude a isto, o Papa Francisco nos diz que este ensinamento merece ser retomado neste Ano Santo, por ser to atual. E neste período, deve-se ver nitidamente o Mar de Misericórdia em nossas paróquias, comunidades, associações e movimentos. Somos chamados a refletir sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual, a no julgarmos par no sermos julgados, no condenar para no sermos condenados e perdoar para sermos perdoados. Deus vem para nos salvar da condição de fraqueza em que vivemos, vem nos fazer olhar para as periferias existenciais, porém, para isto é necessário pr-nos escuta da Palavra de Deus, recuperando o silêncio que o homem moderno parece ter perdido. No podemos nos esquecer das palavras do Apstolo: Quem pratica a misericrdia, faa-o com alegria. (cf. Rm 12, 8) Que neste Ano Santo nos aproximemos do Sacramento da Reconciliação, vivamos com mais intensidade o perodo quaresmal, nos abramos ao dilogo e nos convertamos. Por fim, termino com as Palavras de Jesus Santa Faustina: Minha Filha, se por teu intermédio peo aos homens o culto Minha Misericórdia, por sua vez deves ser a primeira a distinguir-te pela confiança na minha Misericórdia. Estou exigindo de ti atos de misericórdia, que devem decorrer do amor para Comigo. Deves mostrar-te misericordiosa com os outros, sempre e em qualquer lugar. Tu no podes te omitir, desculpar-te ou justificar-te. Eu te indico trás maneiras de praticar a misericórdia para com o próximo: a primeira a ação, a segunda a palavra e a terceira a oração. Nestes trás graus repousa a plenitude da misericórdia, pois constituem uma prova irrefutável do amor por Mim. deste modo que a alma glorifica e honra a Minha misericórdia (D. 742). IRMÃO RAFAEL JOÃO DA MISERICÓRDIA DA CRUZ ipv